TRÁFICO
O tráfico de drogas esta dentro da Universidade Federal de Santa Catarina, segundo o Jornal Nacional, da Rede Globo, de ontem. Maconha e crack são vendidos dentro do campus e muitos dos compradores são menores. A universidade reconheceu o problema e as polícias alegaram que só poderiam entrar na universidade com autorização da reitoria, porém após as denúncias já teriam prendido 18 traficantes.
Fonte : Jornal Voz do Vale – 24/06/2003
VAMOS PARA UFSC FICAR “BURROS” ?
É de indignar-se e de certa forma porque não dizer revoltar-se com a atual situação do explícito tráfico e consumo de drogas dentro da UFSC.
Que a reportagem dos últimos dias veiculadas na imprensa nacional, possa ser motivo de vergonha para professores, reitores, funcionários e acadêmicos da UFSC e também um alerta para uma atitude e reação positiva imediata.
Fiquei indignado ao saber que a PM, não tem aprovação por parte da reitoria para poder atuar dentro do campus e coibir esses atos. E se fosse o filho(a) do reitor ou de um dos “mestres” que comprasse as drogas? Será que teriam a mesma atitude?
A universidade não é publica? Porque não deixam a PM atuar ?
Infelizmente essas pessoas são conscientes ou inconscientemente, coniventes com o tráfico e pouco caso fazem do consumo de drogas.
Prender o traficante ajuda mas não resolve, com certeza outro(s) virão no seu lugar, enquanto houver demanda, haverá fornecedor(es).
Na posição de educadores que são, ou deveriam ser, não sabem ou ignoram que do consumo ocasional poderá gerar o dependente ? Que por sua vez agonizará nas suas piores horas para conseguir mais dose(s) da mortal substância que o levará a morte, caso alguém não tenha o carinho e o amor para ajudá-lo.
Nossos educadores estão despreparados para lidar com situações envolvendo drogas, despreparados para abordar um aluno que usa drogas, muitos são indiferentes ao desespero de famílias que acabam sucumbindo por um membro ser usuário de droga.
Sim caro leitor, caso você não saiba, a droga mais do que uma simples e inocente “fumadinha”, ”cheiradinha” ou “golinho”, pode acabar com uma vida ou com uma família.
Na USP, estatisticamente comprovado, cresce o número de usuários de drogas entre acadêmicos e (pasmem) professores, assim como não é muito diferente na maioria das universidades e faculdades do nosso país.
Como podemos querer avançar em qualidade de vida e gerarmos progressos, se não combatermos o uso indevido de drogas nas nossas escolas?
Dentro de nossas escolas, faculdades e universidades poderíamos e deveríamos ter pessoas preparadas para atuar diariamente na prevenção e na ajuda a pessoas com esses problemas, pois a faixa etária predominante nesses estabelecimentos é a mais propícia para o consumo de substâncias psicoativas, tanto lícitas como ilícitas.
Infelizmente falta mencionar nas nossas aulas de economia ou administração de empresas (por exemplo) o custo que a uma empresa tem com o afastamento de um funcionário para fazer um tratamento da sua DOENÇA. Ou do desembolso do INSS para pagar o auxílio durante esse tratamento. Investir ou não no funcionário? (Em conversa com um amigo que é consultor de um dos maiores bancos do país, ele me falava da dúvida do banco entre investir no tratamento de um dos seus diretores que era dependente químico ou substitui-lo. Comprovadamente ele sugeriu o investimento da instituição no tratamento do diretor, atualmente é um dos melhores funcionários da instituição).
Esquecer de mencionar na grade curricular dos cursos de pedagogia a prevenção do uso indevido de drogas desde a pré-escola é infelizmente ser conivente com o acréscimo do número de pessoas dependentes de droga. Para falar de prevenção às drogas para crianças, é necessário, inicialmente, fazer uma reflexão não somente sobre os valores familiares que foram transmitidos a elas, mas de que maneira foram passados e se esses mesmos valores estão sendo reforçados no dia a dia. Essa ligação família-escola é muito importante e devemos reforça-la cada vez mais em todos os níveis.
Não raramente, a família tem uma parcela de responsabilidade e de participação por proporcionar à criança a curiosidade em relação às drogas domésticas e sociais: é o medicamento para pequenas dores, a bebida para comemorações e o fumo para o relaxamento. Nessas situações, temos que considerar a coerência das informações com as posturas adotadas.
Que argumentos você terá para educar contra o uso de drogas se seu cigarro lhe acompanha?
As palavras ajudam, mas os exemplos: arrastam.
As pesquisas nos mostram que 70% dos crimes estão relacionados a drogas e 10% dos usuários de álcool, cigarro ou outras drogas se tornarão dependentes e quem será a próxima vitima ?
Ninguém saberá. Por isso da prevenção, por isso nosso esforço em conscientizar mais e mais pessoas dos malefícios da droga.
Esse trabalho não será só das escolas, mas essas tem um papel fundamental na área juntamente com a família e o poder público e porque não privado.
Investir no combate as drogas e tratamentos de dependentes químicos é investir em pessoas, e isso nunca será em vão.
Nossos jovens “enlouquecem”, nas suas festas regadas a muita cerveja, cigarros e bebidas “ice´s” (que estão em alta no momento) e não muito deles consumindo drogas ilícitas. Esse público está principalmente nos bancos escolares, “aprendendo”.
Não posso generalizar, pois sei que há muitos educadores preocupados e responsáveis com a questão do combate as drogas.
Mas o que gostaria é de deixar registrado aqui é a dor de ver pessoas destruindo a si e aos seus queridos e não conseguirem sozinhas perceber o que está acontecendo.
E verdadeiramente não é por sem-vergonhice, mau-caráter ou safadeza, que o individuo entra num circulo vicioso (no real sentido da expressão) e não consegue perceber as destruições que estão acontecendo consigo e com os que estão a sua volta, seja família, amigos e/ou professores, mas a partir do momento que vemos a dependência química como uma doença, podemos oferecer a esses adictos uma possibilidade de mudarem de vida.
Essas pessoas precisam que eu e você lhes ajudem, para que possam ter a opção de viver.
Felizmente Jaraguá do Sul, tem mostrado seu potencial também no combate as drogas, debatendo, reunindo lideranças e comunidade para definir estratégias, ajudando pessoas, conscientizando alunos e comunidade dos malefícios da droga, já tivemos grandes avanços, mas muito ainda temos por fazer.
Nesse mesmo contexto, estímulo-os à reflexão, e quero apresentar o quanto pode ser feito, na medida em que estejamos comprometidos com uma causa, e que, sobretudo, saibamos o que fazer. Tanto eu quanto você, podemos contribuir para o encontro de soluções para o grave problema das drogas. Estaremos passando, assim, da teoria à prática, da pressuposição para a ação, mostrando que é possível, por mais que as dificuldades tendam a nos fazer acreditar no contrário. Dessa forma, iremos compreender que: muito mais do que vítima, podemos fazer parte da solução para o problema das drogas!Entenda que "arregaçar as mangas" é contribuir para que a sociedade desperte para o papel que lhe é destinado.Trabalhar, colocar as mãos à obra, eis a obra por fazer! Mãos à obra?
Arsanjo Paul Colaço
Grupo de Apoio Mãos Amigas
Importante: O termo “burros” do título, vem da gíria usado por usuários da maconha que tem o efeito de relaxamento e esquecimento de fatos e acontecimentos.
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terça-feira, 24 de abril de 2007
ARTIGO - VAMOS PARA UFSC FICAR “BURROS” ?
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