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sábado, 15 de maio de 2010

A drogadicção e a recaída

A drogadicção e a recaída

Se as drogas apresentam um problema à sociedade, problema maior talvez enfrente o adicto com a recaída. Buscar tratamento em uma comunidade terapêutica ou em clínica – dependendo das posses da família ou do próprio doente – não é fácil, com a pessoa colocada numa situação de isolamento onde buscará, pretende-se, refletir sobre sua condição e trazer, do fundo do poço, a solução particular para seu caso, no que é auxiliada por terapeutas, psicólogos e demais pessoas envolvidas, inclusive psiquiatras, quando da intervenção medicamentosa para ajudar a superar crises de abstinência.
O isolamento na comunidade terapêutica baseia-se no tripé necessário à recuperação, compreendendo disciplina, laborterapia e religiosidade. Sem disciplina o recuperando não vai atender os chamados ao trabalho e à religiosidade. Então, ao martírio que é atender ordens, via de regra, para quem estava acostumado a uma vida sem leis nem decretos, onde o único foco é a droga e os meios (não importando quais) para alcançar a satisfação, recair é pensar, ou fazer com que os familiares pensem em começar do zero, com o passo a passo de buscar uma comunidade terapêutica, passar pela entrevista, exames médicos, internação (para desintoxicação, em boa parte dos casos), perícia médica no INSS para obtenção de auxílio doença, conhecer o novo lugar que o abrigará, na melhor das hipóteses, pelos próximos seis meses, tempo requerido para o tratamento, segundo a ANVISA e sua resolução 101.
Muitos acreditam que, após 20 ou 30 anos envolvidos com drogas – alcoolismo entre elas – precisam de somente 30 dias para recuperar-se. Ledo engano. Outros lamentam a estada na comunidade, na qual realmente nunca estão (de pensamento, onde é processada a efetiva recuperação) e após uma breve permanência dão-se alta, ignorando papéis assinados e compromissos assumidos.
É preciso que, ao longo da estada em recuperação, o recuperando aprenda estratégias de enfrentamento, para aplicar na prática e evitar a recaída, quando confrontar-se com uma situação de risco. E o que são situações de risco? Todas as situações que fazem a pessoa lembrar-se da droga (gatilhos) e buscar o consumo, satisfazendo a necessidade premente.
Importante nesse processo é o trabalho da família, que deve encaminhar o recuperando a um grupo de apoio e acompanhá-lo ao evento semanal, para que o mesmo sinta-se forte para dizer não às tentações que estão em cada esquina e, algumas vezes, dentro do próprio lar.
Querendo auxílio busque o AA, NA ou outro Grupo de Apoio mais perto de você.

Inacio Carreira, presidente da Associação Beneficente NOVO AMANHÃ
www.novoamanha.org.br – novoamanhact@gmail.com

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