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quinta-feira, 10 de julho de 2008

A epidemia do crack em Jaraguá

A epidemia do crack em Jaraguá
Aumento no comércio e consumo da droga preocupa autoridades da cidade
"O crack virou uma epidemia." A frase do ex-usuário e atualmente monitor de uma casa de recuperação, é respaldada pelos números. Neste ano, até o final do mês de junho, a Polícia Militar de Jaraguá já havia apreendido 5.467 pedras de crack. Se for considerar que cada pedra tem de duas a cinco gramas, são mais de 16 kg da droga, quase quatro vezes mais do que a quantidade de maconha apreendida no mesmo período.

A Polícia Civil considera o crack como o maior problema quando o assunto é drogas em Jaraguá do Sul. O delegado Uriel Ribeiro diz que são três os motivos para o crescimento do consumo da droga. Em primeiro lugar o preço, já que ela é relativamente mais barata que as demais: custa entre R$ 5 e 10 cada pedra. Outro ponto é que são fáceis de esconder, o que facilita o tráfico e o transporte. Por fim, ele cita o alto poder viciante da droga. Em relação aos traficantes, Uriel diz que a maioria deles é usuária que entrou no comércio para sustentar o vício. "A maior parte dos traficantes e usuários são pessoas de baixa renda", diz o delegado.

O comandante da Polícia Militar, César Roberto Nedochetko, também considera o crack como o principal produto do tráfico na cidade. Para ele, o problema só será resolvido se for dada mais atenção à prevenção. A PM de Jaraguá mantém ativo o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), que promove palestras instrutivas nas escolas da cidade. Além disso, o comandante destaca que a repressão ao tráfico e a recuperação dos usuários deve ser efetiva. "A maioria dos usuários é gente pobre, que não tem como pagar o tratamento em uma clínica", disse.

A psicóloga Dayane Cristine Krüger, especialista no tratamento de dependência química, diz que o crack é uma droga que não vê idade nem classe social, já que atualmente muitas pessoas de classe média e alta estão aderindo ao consumo. Segundo ela, a maioria dos usuários tem em seu histórico a falta de estrutura familiar. "Muitas vezes vemos pais carinhosos e protetores sofrendo por terem um filho viciado e se perguntando como isso foi acontecer. A resposta é uma só: falharam na hora de impor limites", explica. Ela diz também que os jovens começam a usar a droga pelo instinto de busca do prazer e acabam perdendo o controle da situação. Sobre o tratamento, Dayane fala que é necessário um trabalho em conjunto entre médicos, psicólogos, família e grupos de apoio.

fonte: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2026738.xml&template=4187.dwt&edition=10215§ion=902

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